“Estamos nos virando com pedaços de barbante”: um psiquiatra solitário no hospital Laval, enfermeiras desamparadas

Enfermeiros e psicólogos sem saber o que fazer. Em Laval, Mayenne, o departamento de psiquiatria do hospital da cidade terá apenas um psiquiatra, em comparação com doze há três anos. Dois deles anunciaram suas saídas na semana passada.
"Trabalho há oito anos e estou em um estado de perda há oito anos. Estamos nos virando com pouco, não temos o treinamento adequado", confidenciou Samia, enfermeira psiquiátrica do hospital, ao RMC, com lágrimas nos olhos. Com seu coque apertado e jaleco branco, ela sofre todos os dias com a falta de psiquiatras em seu departamento.
"Tenho que ser assistente social, médica, psiquiatra. Estou fazendo coisas que estão completamente fora das minhas atribuições", lamenta Samia, enfermeira psiquiátrica.
"Temos pacientes, mas não temos notícias deles há não sei quanto tempo. E não temos tempo para ligar para eles, não temos tempo para ir vê-los, porque não temos mais funcionários", insiste Samia.
Em novembro, restará apenas um psiquiatra em tempo integral no departamento. Essa situação é insustentável para Jeremy, também enfermeiro do departamento: "Psiquiatria sem psiquiatra é como cirurgia sem cirurgião."
A direção afirma estar "mobilizada" para manter o programa psiquiátrico. Afirma que três médicos virão três dias por semana. Os psiquiatras virão de Angers, a mais de uma hora de carro de Laval. A partir de 2 de novembro, esses três psiquiatras de Angers fornecerão presença médica para garantir a continuidade médica e a supervisão dos internos.
Este primeiro passo é considerado "insuficiente" pelos sindicatos. Enfermeiros temem atendimento precário e suicídio de pacientes devido a erros ou falta de tempo. Representantes da Força Operária enviaram uma carta à ARS e ao gabinete do Ministro da Saúde para alertar sobre a situação.
RMC